São Paulo – Anunciada em 2009, a fusão entre os frigoríficos Perdigão e Sadia e que cria a gigante do setor BRF Brasil Foods foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) nesta quarta-feira (13). Para Siderlei Silva, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação (Contac/CUT), que representa 80% dos trabalhadores BRF, o posicionamento do Cade é importante para as negociações salariais da categoria. "No entanto, é preciso ficar de olhos abertos para não cairmos nas mãos das multinacionais", ressalva.
Como requisito para aprovar a fusão, foi acertada a vendas de algumas fábricas e abatedouros do grupo, o que para Siderlei causa preocupação. "Nas crises, a empresa nacional permanece aqui, as estrangeiras simplesmente vão embora e deixam os trabalhadores à deriva", afirma o sindicalista, defendendo a venda das empresas da BRF exclusivamente para grupos e empresários nacionais.
Além dos cuidados voltados aos direitos dos trabalhadores, a confederação levanta a hipótese de o consumidor também ser prejudicado, especialmente pelo custo dos produtos. Mas o presidente da Contac observa que "mesmo com a fusão, a BR Foods ficaria com 34% do mercado produtor de carne avícola, impossibilitando a formação de cartel, um bom sinal para o consumidor."
Pelo acordo comercial, o novo grupo terá de suspender as vendas de produtos das marcas Perdigão e Batavo, além de ter de abrir mão de outras marcas de alimentos.
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